Reportagem publicada recentemente no Medscape, renomado portal de notícias médicas, apresentou uma revisão dos mais novos estudos científicos sobre os efeitos do yoga na saúde física e mental das pessoas.
De acordo com o texto do Medscape, a prática regular de yoga está associada à redução significativa do estresse, da ansiedade e da depressão, além de melhorar a flexibilidade, o equilíbrio, a força e o tônus muscular. Pesquisas recentes mostraram também que o yoga pode ajudar a diminuir a pressão arterial e a aliviar as dores crônicas.
O yoga surgiu na Índia há mais de 5 mil anos e abrange uma ampla gama de práticas que visam a harmonia entre corpo, mente e espírito.
Novos estudos indicam que o yoga pode trazer benefícios para a saúde cardiovascular, a respiração e a função pulmonar. Uma pesquisa de 2022, publicada no Journal of the American Heart Association, mostrou que a prática pode ser uma estratégia eficaz para a rápida redução da pressão arterial. Uma metanálise do mesmo ano apontou que existem evidências a favor do yoga como terapia complementar no tratamento da asma leve a moderada.
Uma pesquisa de 2023, publicada no periódico Journal of Clinical Psychology, revelou que os participantes que faziam yoga regularmente apresentaram níveis de estresse significativamente mais baixos e melhor capacidade de lidar com a ansiedade. Os autores atribuíram esses efeitos positivos à combinação de exercícios físicos, controle da respiração e meditação, que atuam em conjunto no sistema nervoso autônomo.
Outro estudo, feito em 2020, evidenciou benefícios da prática do yoga no controle dos sintomas da depressão. Os participantes que fizeram sessões regulares de yoga durante um período de 12 semanas apresentaram uma redução significativa desses sinais, sugerindo que a atividade pode ser eficaz como terapia complementar para a depressão.
Uma pesquisa de 2024 comparou a eficácia da Kundalini Yoga no treinamento da memória em idosas com declínio cognitivo subjetivo e fatores de risco cerebrovascular. Após 24 semanas de práticas desse estilo de yoga, houve uma melhora significativa do declínio cognitivo subjetivo e diminuição dos marcadores inflamatórios em comparação com o período anterior às práticas. Os desfechos indicam benefícios clínicos e fisiológicos dessa modalidade de yoga graças ao seu efeito anti-inflamatório.
Estudos recentes também mostraram que o yoga pode ser uma ótima ferramenta no tratamento de doenças crônicas como a diabete. Isso porque, segundo as pesquisas, existe uma forte correlação entre a prática e a melhora do controle glicêmico nos pacientes com diabetes tipo 2.
Outro estudo de 2023 mostrou que os pacientes com artrite reumatoide que praticaram yoga por oito semanas apresentaram uma redução significativa dos marcadores inflamatórios. As pesquisas também revelaram que a prática de yoga favorece o aumento da imunidade, tanto em pessoas com doenças crônicas quanto em adultos saudáveis.
Os efeitos do yoga no cérebro e no sistema nervoso têm sido amplamente estudados. Em um artigo de revisão de 2019 os autores concluíram que a prática pode mitigar os processos de degradação neurodegenerativa.
Os exames de imagem, em particular, mostraram que o yoga tem efeitos significativos em certas regiões cerebrais importantes para a regulação emocional e a função cognitiva. Assim, a prática regular parece aumentar a massa cinzenta no córtex pré-frontal, o que está associado à melhora do controle cognitivo e da regulação emocional.
Além das mudanças estruturais, o yoga também parece ter efeitos na conectividade funcional cerebral, particularmente na chamada rede de modo padrão. Essa rede, que se ativa em estado de repouso, está relacionada à autorreflexão e aos processos internos do pensamento. Alterações em sua atividade e conectividade por meio do yoga podem promover maior estabilidade emocional e diminuição dos níveis de estresse.
Segundo as pesquisas científicas mais recentes, o yoga pode ser também uma terapia complementar para doenças crônicas, como lombalgia, artrite e até mesmo na reabilitação após um evento cardiovascular.