Yoga e o caminho da paz

Criado há cerca de cinco mil anos na Índia, o yoga vem sendo cada vez mais praticado em todo o mundo. Adeptos das mais variadas idades e crenças, ao redor do planeta, sentem, no cotidiano, os inúmeros benefícios dessa técnica oriental que vai muito além da prática de posturas físicas, os chamados ásanas. O yoga é, na verdade, uma filosofia de vida. Um caminho de busca pelo autoconhecimento, que, acima de tudo, incentiva a cultura da não violência, a vivência da paz interior e entre as pessoas.

A palavra yoga vem do sânscrito, uma antiga língua indiana, e quer dizer união. Para os estudiosos dessa prática, trata-se de uma perfeita aliança entre corpo, mente e espírito. Por isso, quem faz yoga observa as mudanças não apenas do ponto de vista físico, mas também no aspecto comportamental. Mente tranquila, emoções e sentimentos que entram numa frequência mais harmônica.

Para entender melhor o significado dessa técnica milenar, é preciso mergulhar nos ensinamentos do sábio Patañjali, um dos mais famosos mestres de yoga, que teria vivido no noroeste da Índia milhares de anos atrás e se tornou conhecido por ensinar essa disciplina no sul do País. Um dos textos mais importantes da filosofia é justamente o “Yoga Sutras”, de Patañjali, um conjunto de 196 aforismos que resumem os princípios desse método.

Patañjali estruturou a ciência do yoga em oito ramos: yama (abstinência), nyama (observância), ásana (postura), pranayama (controle da respiração), pratyahara (abstração dos sentidos), dharana (concentração), dhyana (meditação) e samadhi (despertar).

Segundo Patañjali, são oito estágios necessários para se chegar à iluminação, oito preceitos de um sistema milenar de filosofia, oito atitudes que devem ser incluídas no dia a dia de quem busca o equilíbrio entre corpo, mente e espírito.

É importante jogar luzes sobre o primeiro yama, que é o princípio da não violência. Chama-se ahimsa e é o começo dessa caminhada rumo à felicidade e ao contentamento. Não seria exagero dizer que esse primeiro princípio ético é o principal de todos, é o pilar que sustenta e consolida os ensinamentos do yoga. No 35º sutra, Patañjali define: “Na presença de alguém com princípios assentados em não violência cessam todas as hostilidades”.

Nos dias atuais, é ainda mais importante refletir sobre esse valor ético defendido pelo milenar sistema do yoga. O que significa vivenciar a não violência? Ahimsa, no entender de Patañjali, deve ser continuamente praticado em pensamentos, palavras e ações.

Seguir esse preceito no cotidiano significa cuidar de si mesmo com carinho, amabilidade e harmonia. Compreender que somos parte de um todo e, portanto, estamos todos vinculados. É ter uma atitude positiva e respeitosa com o meio ambiente, os animais e os seres humanos. É respeitar o outro, suas opiniões, seu estilo de vida, sua postura diante do mundo. É prestar atenção às palavras, faladas ou escritas, para que elas não produzam nenhuma violência, não ofendam ninguém, sejam serenas, generosas e amáveis. É ter compaixão e solidariedade.

Viver sem violência é, sem dúvida, um gigantesco desafio no mundo contemporâneo, tão permeado por ódio, medo, raiva, incompreensão, egoísmo, intolerância, falta de respeito, animosidades, brigas políticas, religiosas e culturais.

A prática do yoga deve, necessariamente, estar assentada nesse princípio da não violência. Deve estimular a cultura da paz, fundamental para que possamos construir um mundo melhor, com mais desenvolvimento e justiça social para todos. E o primeiro passo é lançar um olhar para nós mesmos, em busca do autoconhecimento.

Só haverá paz no mundo quando cada pessoa estiver em harmonia consigo mesma, com uma mente tranquila e o coração pacificado, vivendo em equilíbrio. Mahatma Gandhi resumiu em uma frase simples esse grande desafio: “Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho”. 

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